E a gente faz planos. E a gente quer ser feliz.
E a gente faz planos para ser feliz.
Não que a gente não seja, mas porque a gente quer ser mais… y.
E a gente faz planos. E a gente quer ser feliz.
E a gente faz planos para ser feliz.
Não que a gente não seja, mas porque a gente quer ser mais… y.
Não havia motivo para invadir aquele momento. Mas, aos poucos, aquele gosto familiar começou a me puxar pelo braço.
Já senti aquele gosto. Tenho certeza!
Então, meus sensores gustativos começaram a enviar mensagem ao cérebro, que inteligentemente procurou nos arquivos da memória a origem daquele gosto. Eureka! Você. Mais uma vez, você.
Você precisa parar com essa mania de chutar a porta da minha vida e ir entrando, sem pedir licença… Você deveria morrer como se deve. Já não basta estuprar meus sonhos? Tens de invadir os sabores alheios?
O pior, ou não, é que já estava muito bom. Mas quando aquele gosto se tornou seu, ficou ainda melhor.
Seus lábios dizem que um dia comigo é um dia como outro qualquer… sqn. Convidam-me para te acompanhar em um café no fim da tarde. Dizem ainda, que um taurino não desiste fácil e sempre consegue um sim.
Seus lábios me dizem que ao faltar exatamente uma hora para o encontro esperado, se instalou em você a inquietude e a ansiedade. Que o tempo começou a brincar, demorando a passar.
Seus lábios declaram que houve uma troca de olhares profunda e frequente e que nossa reação ao nervosismo é a mesma: orelhas quentes e mãos frias. Concordo! Dizem que parecemos nos conhecer a tempo. Dizem que se lembra das pequenas e discretas trocas de carinho, quando usei pretexto para pegar em suas mãos, por exemplo. Esse e mais outros pequenos gestos foram te conquistando. Várias vezes, no meio de algum assunto, aqueles momentos em que ambos os olhos se conectavam de uma forma que nos fazia paralisar, levando a gargalhadas gostosas. Seus lábios dizem que quando olhamos para o relógio, já era a hora de voltar pra casa, pois mais uma vez o tempo havia brincado conosco, dessa vez passando depressa.
Seus lábios me dizem que em sua cabeça surgem perguntas como “O que você está pensando? Será que você realmente gostou de estar comigo pessoalmente?”. Dizem que você premeditou um beijo.
Seus lábios me envergonham ao dizer que meu jeito fofo de estar envergonhado, sem jeito e tentando me esconder atrás de uma parede invisível entre nós dois, te agrada. Seus lábios me segredaram que naquele momento a sua mão na minha mão, era para mostrar o quanto você havia gostado de estar junto comigo, naquelas três horas e meia. Dizem que você estava esperando uma brecha, uma oportunidade que veio com minha pergunta “Você gostou?”.
Seus lábios me confessam que essa foi a chance que você estava esperando para me dar um beijo. Na verdade, uns.
Seus lábios me ensinaram que ao vermos horas iguais, como 22:22, podemos fazer um desejo com muita vontade. E afirmaram com convicção, que desejos podem se realizar.
Seus lábios te entregaram ao dizer que a noite, já deitado em sua cama, você pensou em mim e ao olhar para o outro lado da cama, me imaginou ali, deitado olhando em seus olhos e me disse “Boa noite”!
Seus lábios dizem tantas coisas fofas, ao passo que os meus só têm uma pinta.
Falam com naturalidade. Fazem sérias brincadeiras sobre se. São livres e se permitem tão naturalmente que chega a incomodar. Na verdade os invejo.
Eu, todo puritano, me aprisionei numa canonização santificada, como se fosse único e especial… puro, inocente e ingênuo pensar. Todos são especiais, enquanto eu talvez… um lixo, apenas por não ser como eles.
Eles parecem tão normais e eu, tão sem referenciais… em se tratando de se.
Curitibanos são (muito) bonitos, se vestem bem, falam inglês fluente, amam hambúrguer, são bairristas (demais), viajam com frequência, respeitam regras…
Curitibanos correm pra não perder o ônibus, tem olhos coloridos, cultivam caras fechadas (acho que por influência da previsão do tempo) e, tenho quase certeza, inventaram essa de usar moleton como tendência de moda…
Curitibanos fingem não se importar com a vida alheia, mas observam tudo atentamente (Ta’í o Oilman que não me deixa mentir sozinho) e não têm riso fácil, mas quando, é um sorriso sincero.
Curitibanos são educados (por osmose) e mal-educados com raiva. Raiva de que? Não sei. Talvez raiva do sol, que raramente vem.
Curitibanos são pálidos, como se fossem figurantes em algum filme da saga Crepúsculo. Falam leiTe, assistem peças, espetáculos de dança ou música e moram em sobrados, quer dizer, shoppings.
Curitibanos não te deixam entrar no meio de peças que já começaram. E te convidam a ir embora do bar, quando é hora de fechar.
Curitibanos chamam os não-curitibanos de forasteiros.
Curitibanos são caseiros, não jogam papel no chão e me tratam como se eu fosse um deles. Talvez eu seja.
O sol nasce na minha rua,
e se põe na sua,
você não vê?
Até o sol nos liga e antevê.
O sol nos liga… Nenhum de nós atende.
Nós temos sonhos. Conscientes e inconsciente.
No dia 24 de junho de 2014, conversávamos. Como em todos os dias. É tão bom ter alguém para conversar assim. Irmãos, por escolha mútua. Neste dia conversamos sobre nossos sonhos da noite anterior. Então, ela começou dizendo.
_ Na verdade acordei cedo, mas dormi de novo por que tive pesadelos. Então, acho que não dormi bem.
_ Com o que?
_ Sonhei que estava caindo da escada, um menino me chutando. Uns negócios loucos. A escada era tão alta.
_ Ai, credo! Disse eu e, antes de dar espaço para qualquer pergunta, metralhei.
_ Eu sonhei que estava numa sala. Com um homem, uma mulher e a Dilma, a presidenta. Dilma e o homem discutiam, ela dizia que ele estava rendendo pouco, fazendo corpo mole, acho que no trabalho. Ele dizia que estava doente e mostrava milhares de caixas de remédio que estava tomando. Dilma começou a pegar as embalagens dos remédios do lixo, disse que enviaria para análise, para saber se ele estava mentindo. Era surreal ver a presidenta com um saco de lixo preto nas mãos, recolhendo as caixas de remédio, como uma mãe que limpa o quarto do filho, bagunceiro. Dentro de alguns dos vidros de remédio, havia ratos, ou lagartixas. Não tenho certeza. Dilma olhou para os ratos (ou lagartixas), olhou para o homem e começou a reclamar. Segundo a presidenta, outra pessoa também estava tomando aqueles remédios, mas não havia rato nenhum (ou lagartixas) em suas embalagens. Para mim e para a mulher, que apenas observava, ficou claro que a presidenta desconfiava daquele homem, parecia ter razão na desconfiança. Então, acordei.
_ Louco demais! Ah, e você só olhava?
_ Só. A mulher estava numa mesa e apenas observava também.
_ Ai, estamos doidos. Afirmou ela.
_ Somos criativos. Retruquei, como quem não quer admitir a loucura.
Ludsmile-Süper-Ursinha e eu sonhamos muito. Demais. Exageradamente. Somos exigentes com nossos sonhos, como somos em tudo na vida.
O lado ruim de ser exigente é a frustração constante. Somos frustrados crônicos. Insatisfeitos mórbidos.
Depois de dias apenas envolto em fedorentas cobertas velhas, hoje finalmente olhei nos olhos do mendigo da Praça da Bandeira. Que não me olhou de volta, pois estava com o olhar perdido. Chovia muito e o frio era óbvio.
Eu poderia lhe oferecer um pacote de bolacha, assim como fiz há algum tempo com o mendigo da Praça Chico Mendes. Poderia lhe comprar uma marmita na hora do meu almoço. Talvez sentar com ele alguns minutos, tentar entender o porquê e ajudá-lo a voltar pra casa. Mas não sei se conseguiria, uma vez que o olhar dele não me convidou para entrar.
Marcelo disse que aqui existe uma espécie de perua kombi, que convida os mendigos para ir até abrigos e que ele só está ali, na chuva, sozinho, no frio, com fome, na praça, porque quer.
Passo todo dia pela Praça da Bandeira, entro no tubo, pego o Inter II sentido Cabral e vou para casa, que não é minha, mas é quente e seca. E todo dia, vejo aquela imagem e por alguns segundos me sinto a pior pessoa, justamente por não saber o que fazer para ajudá-lo.
4°c em Curitiba, e o que podemos fazer?
E mesmo autoforçado a não dizer nada, me disse que sua mente é sempre invadida por boas lembranças, aquelas.
Disse que a vida pode ser leve. Um paraíso de coisas simples. Como quando em poucas e inesquecíveis vezes, foi acordado pelos carinhos do amor de sua vida. Confessou-me que em quase todas, já estava acordado, mas permanecia deitado a esperar pelos beijos de bom dia. Quando estava realmente dormindo, a surpresa de ser acordado com amor era tão deliciosa, que não havia mau humor matinal que resistisse a tanta doçura.
Ao me dizer, havia em seus olhos um brilho especial de quem é feliz, por instantes. Ou ainda um brilho feliz de quem é especial, por nascimento. O amor é simples, quase sempre. Disse-me sorrindo.
Ao terminar de contar sua anedota amorosa, com toque de ingenuidade de criança, me encheu de perguntas, com respostas óbvias: Isso, que mágoa afoga? Quem resiste recordar isso? O que diriam?
Acho que diriam que você é preguiçoso. Mas eu, digo que é um privilegiado.
Diriam beijos. Digo, na verdade, que os lábios dançavam ao som de “o mundo acaba hoje e eu estarei dançando.”
Diriam abraços. Digo eu, que eram minutos de conforto num mundo duramente cruel.
Eu digo que foram momentos aliviantes. Digo que amor… ali, vi antes. E digo mais, se você soubesse escrever poesia, diria que…
O amor dá uma saudade.
Saudade de se sentir.
Sentir bem sem motivo.
Motivo que era o amor.
Em todo o mundo de língua portuguesa, bosta nada mais é do que um substantivo. Seja feminino, seja masculino, sempre substantivo. No máximo, interjeição.
Mas em Mogi Mirim, bosta é advérbio de intensidade. É comum ouvir os nativos dizendo…
“Tal lugar é legal por bosta, aquele fulano é gente fina por bosta, ou ainda, aquela comida é gostosa por bosta.”
Quando misturam comida com bosta, complica.
Não sei por que tanta ansiedade e nervosismo.
É só um chocolate quente… com oitavas intenções.
_ Qual sua altura?
_ 1,86… Você?
_ Chute quanto eu tenho de altura…
_ Puts, sempre erro feio nos chutes, deve ser por que não sei jogar futebol… Você tem 1,78?
_ Quase! 1,80.
É mais fácil chutar palavras…
"em alguns pensamentos soltos"
Um pouco de poesia, um tanto de poemas, outros de ilustrações, sem esquecer da fotografia e muito mais de arte. Produção de GeraldoCunha autor da obra Improváveis - Livro de Poemas, edição 2021. Contato pelo instagram @divagacoes.geraldocunha
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