Engraçada essa vontade incontrolável de ligar para ela. Acabo de ligar, ela atende e diz que está rodeada de amigos. Estão reunidos em um barzinho perto de casa. Passa das 23h quando terminamos de falar sobre banalidades da vida, das nossas. Então, antes do tchau de hoje ela engata.
_ Filho, aqui em frente a este bar tem uma praça e nela um cachorrinho peludinho. Eu acho que o Tom fica muito sozinho em casa e esse cachorro está sozinho aqui. Como você acha que eu posso resolver isso?
Tenho certeza que este tal cachorrinho peludinho vai estar em casa antes das 24h e o Tom vai perder os privilégios de filho único. A Docinho tem dessas e eu acho uma doçura só. Então, sem me comprometer, disse.
_ Ah, mãe, veja com o Andrews. E então risos invadiram nossa conversa.
Ela, quando alegre de álcool, esquece de desligar o celular ao término das ligações. Eu, depois do tchau, espero mais alguns minutos na linha para ouvir se está tudo bem. Geralmente ouço risadas, conversas fiadas e, quase sempre, ela solta palavras adocicadas sobre mim. Nossa relação se parece muito com brigadeiro de panela.
Momentos assim me inquietam: o que será da vida sem a doçura da Docinho?
oemquepensar.com
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